Os novos juízes terão aulas até o dia 13/9.

_78I0901“Código Iberoamericano de Ética Judicial e Código de Ética da Magistratura Nacional” foi o tema do painel realizado na manhã desta terça-feira (13) no 25º Curso Nacional de Formação Inicial (CNFI) promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat). O diretor da Enamat, ministro Vieira de Mello Filho, presidiu a mesa, que contou com a participação do ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do desembargador Lourival Serejo, do Tribunal de Justiça do Maranhão, e do professor Fernando Fontainha, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Luz

Segundo o diretor da Enamat, a ética judicial é essencial para a formação do magistrado, pois diz respeito à conscientização do verdadeiro exercício da função jurisdicional. “Nós, do Judiciário, não podemos ter um exemplo equivocado de valores e nele nos inspirar para explicar nossas condutas”, ressaltou. Aos novos juízes, o ministro deixou uma sugestão: “Olhem sempre para o lado em que tem luz, para que possam ter a certeza de que foram justos e imparciais. A maior garantia que o juiz pode dar à sociedade é a aplicação independente da lei”.

Profissionalismo

Abrindo o painel, com uma abordagem voltada para a Sociologia do Direito, o professor Fernando Fontainha destacou o profissionalismo como um fenômeno social que engloba três dimensões, entre elas os atos que normalizam a conduta das pessoas, ou códigos de ética. “Os magistrados terão que aprender o que podem ou não podem fazer. Isso implica obedecer a determinadas regras fundamentais para manter a credibilidade e a qualidade da atuação da instituição”, assinalou.

Legitimidade

Para o ministro Herman Benjamin, o concurso público dá ao juiz legitimidade apenas para entrar na carreira, mas não para ficar. “É preciso que o magistrado se mantenha dentro de certos parâmetros éticos. Nossa legitimidade decorre da percepção que a sociedade tem do Judiciário e dos juízes em relação à imparcialidade, à integridade e à probidade”, afirmou.

O ministro enfatizou a importância do papel institucional dos novos juízes. “Desejo que coloquem o conhecimento adquirido e os valores éticos e transcendentais do ordenamento jurídico a serviço da sua jurisdição. Só assim faremos uma justiça mais justa e igualitária”, concluiu.

Integridade

Para o desembargador Lourival Serejo, a conduta ética do juiz deve focar na integridade, preparando-o para assumir compromisso com o exercício da função. “O juiz precisa buscar uma consciência crítica, estar comprometido com a visão social e humana e com a alteridade, para não se tornar um ser autômato no cumprimento da lei”, observou.

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Eticidade

No período da tarde, dando continuidade aos trabalhos, os juízes participaram dos laboratórios de Eticidade com os temas “Conflitos de interesse da vida pregressa e presentes” e “Suspeição por foro íntimo reativa”, coordenados pelos juízes Roberto Fragale (TRT1), Rodrigo Trindade (TRT4) e Morgana Richa (TRT9).

(AS/CF)