Parcerias entre as instituições promovem o fortalecimento de ações  voltadas para  a sociedade

 “Relacionamento interinstitucional nacional” foi o tema do painel ministrado na manhã dessa terça-feira (20) no 25º Curso Nacional de Formação Inicial (CNFI) promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho ( Enamat).

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Diálogo

 O presidente do Tribunal Superior do Trabalho e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, ministro Brito Pereira, ressaltou na abertura da aula o empenho do TST em manter um forte diálogo entre as diversas instituições da do Judiciário Trabalhista. “Temos nos empenhado em exercitar a comunicação e a cooperação entre as instituições”, afirmou. “Um grande passo foi a criação do CSJT, órgão que  dita  as politicas institucionais para o primeiro e o segundo graus. Temos o processo judicial eletrônico (PJE) , que promove a integração em todas as instâncias”.

Ainda segundo o ministro,  o conceito de alteridade, fundamental no   processo de socialização e de integração humana, se aplica tanto às relações pessoais quanto às institucionais. “O relacionamento entre os órgãos é a melhor forma de realizar a jurisdição”, observou.

Alteridade

O ministro Aloysio Corrêa da Veiga, conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), falou sobre as relações interinstitucionais  voltadas para o eixo da alteridade e da possibilidade de mudança de comportamento para a melhoria das condições de atuação do Poder Judiciário. Segundo o ministro, o juiz é um ator social e, como tal, deve perceber o que acontece na sociedade. “A alteridade vai possibilitar ao magistrado exercer a função de julgar os seus semelhantes. Ao vestir uma toga, ele tem a oportunidade de promover uma transformação que poderá ter reflexos na vida de todos os envolvidos”, concluiu.

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Pertencimento

O painel teve como palestrantes a juíza Noemia Garcia Porto, presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), e o procurador-geral do trabalho, Ronaldo Curado  Fleury. Aos novos juízes ela aconselhou que não busquem o isolamento. “A participação da magistratura não se limita ao cotidiano,”, ressaltou. “Ela passa pelo pertencimento institucional, por sentir-se parte da instituição”.

Direitos Sociais

Ronaldo Fleury destacou a importância do trabalho integrado entre o Ministério Público do Trabalho e a Justiça do Trabalho na busca de resultados concretos que favoreçam a sociedade. “Temos atuado diretamente na inclusão de grupos historicamente excluídos, na promoção do diálogo com a sociedade e na valorização dos direitos trabalhistas”, afirmou. “A Justiça do Trabalho, revestida na figura do juiz, possibilita que, na relação capital e trabalho, os direitos sociais se realizem em condições dignas e menos desiguais”.

Papel  das instituições

O diretor da Enamat, ministro Vieira de Mello Filho, que presidiu a mesa, lembrou que a alteração dos eixos de abordagem do curso de formação, com a inclusão do tema da alteridade, permite trabalhar uma nova dimensão da magistratura. “A alteridade vai fazer com que os novos juízes tenham uma percepção muito maior do outro”, avalia. “Cabe a nós trabalharmos não só com a razão, mas também com as emoções, pois a partir delas conseguiremos ser magistrados por inteiro. Não podemos ser metades”.

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Laboratórios

 Complementando as atividades, os juízes participaram dos laboratórios de Alteridade que trataram dos temas “O jeitinho na administração pública” e “A vestimenta e o comportamento de partes e advogados”, coordenados pelos juízes Patricia Lampert Gomes (TRT1), Danilo Gonçalves Gaspar (TRT5) e Ana Paula Rodrigues Luz Faria (TRT17).