25/9/2025 - A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat) realizou, nesta quarta-feira (24), as reuniões finais das Comissões de Estudos de Raça e de Gênero e do Comitê Científico de Assessoramento à Pesquisa na gestão da ministra Kátia Arruda à frente da direção da escola. Os encontros ocorreram na sede da escola, em Brasília, e reuniram integrantes de diversas regiões do país para avaliação das ações desenvolvidas e apresentação de propostas para os próximos ciclos.

Confira mais fotos das reuniões das Comissões de Raça e de Gênero e do Comitê Científico no Flickr da Enamat.

Comissões destacam entregas e espírito coletivo

A juíza Gabriela Lenz de Lacerda, do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), coordenadora da Comissão de Gênero, destacou que todas as metas traçadas foram cumpridas, apesar do curto período da gestão. “Foi um período intenso e produtivo, e conseguimos entregar resultados relevantes para a formação e para o debate institucional”, afirmou Gabriela Lenz.

Entre os destaques, estão a criação dos primeiros grupos de estudo da história da Enamat com foco em decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos, e a produção do e-book coletivo com os resultados dos debates. 

Outro projeto de grande repercussão foi o podcast Elas Também Pesquisam, que deu visibilidade às pesquisas de magistradas e servidoras e será expandido para os TRTs. Também houve colaboração na realização da nova edição da pesquisa sobre a trajetória das magistradas, com recorte interseccional.

A juíza Adriana Melonio, do TRT da 10ª Região (DF/TO), coordenadora da Comissão de Raça, reforçou a importância da interseccionalidade na abordagem das pesquisas e ações. “A pesquisa sobre magistradas trouxe dados importantes, especialmente sobre saúde mental e vivências de violência de gênero e raça. Precisamos refletir sobre o que fazer a partir disso”, pontuou.

Comitê Científico apresenta entregas e propostas

O Comitê Científico também realizou reunião de encerramento com a apresentação das principais entregas. Entre elas, estão duas obras coletivas: uma sobre controle de convencionalidade e outra sobre transformações do mundo do trabalho e tecnologia, ambas produzidas por meio de editais que superaram as expectativas de participação e resultaram em publicações com dois volumes cada.

“Essas obras consolidam uma trajetória iniciada em gestões anteriores e demonstram que a produção coletiva de conhecimento na Enamat é uma experiência consolidada, voltada não só ao público interno, mas também à comunidade acadêmica e à sociedade civil”, afirmou Noêmia Porto (TRT-10), coordenadora do Comitê Científico de Pesquisa. 

Durante a reunião, a coordenadora destacou que a reunião teve caráter celebrativo, mas também estratégico. “Nosso objetivo é deixar um registro para a próxima gestão. Um documento institucional com reflexões sobre o que foi feito, os caminhos trilhados e as propostas de continuidade”, afirmou.

Entre os temas abordados nas prospecções estão:

• Consolidação da pesquisa sobre percepção do racismo;
• Multiplicação dos grupos de estudo, com articulação em rede com as escolas judiciais regionais;
• Ampliação da formação em normas internacionais e decisões interamericanas, com estratégias para inserção efetiva nos tribunais;
• Articulação com universidades e sociedade civil para aprofundar os dados obtidos nas pesquisas realizadas;
• Revisão dos processos de formação de novos juízes, com base nos achados da pesquisa do IPEA sobre o último concurso nacional.

(Nathalia Valente/AJ)