11/9/2025 - Pesquisam, uma iniciativa das Comissões de Gênero e de Raça da Enamat, com apoio do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade do CSJT. Lançado em maio deste ano, o projeto tem se destacado não apenas pelas  entrevistas, mas também pela receptividade do público interno e externo. A proposta é simples, mas poderosa: colocar no centro da conversa as pesquisas desenvolvidas por magistradas e servidoras, promovendo visibilidade e inspiração para outras mulheres trilharem caminhos semelhantes na produção acadêmica.

Inspiração

A ideia surgiu em fevereiro e, em pouco mais de dois meses, saiu do papel. Para dar forma ao projeto, as equipes se inspiraram em modelos de podcasts já adotados por escolas judiciais regionais, adaptando o formato para um enfoque específico: a divulgação de trabalhos acadêmicos realizados por mulheres da Justiça do Trabalho.

Apesar do curto tempo entre a concepção e a estreia do primeiro episódio, os bastidores mostraram que nem tudo foi simples. Conciliar agendas de entrevistadas, entrevistadoras e equipe técnica exige muito esforço. Ainda assim, a dedicação deu resultado, como destaca Fernanda Paixão, coordenadora de pesquisa do projeto. “Os melhores aspectos foram a qualidade das entrevistas e a ótima receptividade do público”. 

Na fase piloto, foram entrevistadas ministras e servidoras do TST com pesquisas reconhecidas no meio acadêmico. A seleção priorizou quem já vive em Brasília, por questões logísticas, mas buscou contemplar a diversidade de temas. “Não houve preocupação em direcionar os assuntos. A intenção foi justamente mostrar a variedade de abordagens que interessam às mulheres que atuam no Judiciário trabalhista”, explicam as organizadoras.

Conversar e ouvir

Segundo a juíza Gabriela Lenz de Lacerda, do TRT da 4ª Região (RS), que participou da concepção e conduziu algumas entrevistas, o que mais marcou foi a vivacidade das conversas. “A melhor parte do projeto é a oportunidade de ouvirmos as entrevistadas falando com tanta paixão sobre seus estudos e suas trajetórias acadêmicas”, disse. “Quem já fez uma pesquisa sabe o quanto de energia de vida se dedica a isso, é ainda mais desafiador para mulheres que já têm uma carreira profissional”, completou.

As respostas das entrevistadas não poderiam ser mais positivas. Segundo a coordenação do projeto, todas manifestaram satisfação com a oportunidade de divulgar seus estudos em um espaço acessível, fora dos círculos acadêmicos tradicionais. Nas redes sociais, o público também reagiu com entusiasmo, com elogios e um aumento expressivo nas visualizações dos episódios.

Ferramenta institucional

A juíza Gabriela ressalta ainda o papel do podcast como ferramenta institucional. “A ideia é que as nossas entrevistadas inspirem outras mulheres a também investirem na pesquisa e no mundo acadêmico. É uma forma de sabermos mais sobre os temas de interesse de magistradas e servidoras e de contribuir para que as escolas judiciais mantenham a paridade de gênero em todas as suas atividades.”

Com o sucesso da primeira etapa, a continuidade do podcast já está nos planos da Enamat. A expectativa é ampliar o número de participantes e alcançar outras regiões do Brasil. “Recebemos muitas manifestações de interesse de magistradas e servidoras querendo participar. Isso mostra que havia uma demanda reprimida por espaços como esse”, pontuam.

Ouça os episódios disponíveis no Spotify.

(Nathalia Valente/AJ/JS)