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68,2% das juízas do Trabalho já sofreram com alguma atitude discriminatória, aponta pesquisa da Enamat

A pesquisa “Dificuldades na Carreira da Magistrada 2025” também aponta que 82,4% das magistradas afirmam ter adquirido alguma condição relacionada à saúde mental após o ingresso na carreira.

Perfil de mulher segurando um tablet com a capa do estudo na tela.

 

7/10/2025 - A Escola Nacional de Aperfeiçoamento e Formação de Magistrados do Trabalho (Enamat) divulgou a pesquisa Dificuldades na Carreira da Magistrada 2025 que, entre outras informações, aponta que 68,2% das juízas do Trabalho já sofreram atitudes discriminatórias no exercício do cargo.

Discriminação e violências

Segundo o estudo, além 68,2% que sofreram atitudes discriminatórias, 53,9% alegaram terem sido vítimas de microagressões e 39,4% de agressões verbais, sendo os advogados os principais agentes desse tipo de violência.

Além disso, 39,4% declararam ter sofrido violência psicológica e 5,3% algum tipo de assédio sexual, apontando os juízes como principais responsáveis pelas agressões.

Saúde mental

A pesquisa também aponta que 82,4% das magistradas afirmam ter adquirido alguma condição relacionada à saúde mental após o ingresso na carreira. O estado de estresse vem em primeiro lugar (58,1%), seguido pela ansiedade (56%) que é mais presente entre as magistradas negras pretas (68,8%), o que sugere que fatores raciais potencializam as pressões da função. 

Trabalho de cuidado e dupla jornada

A dupla jornada com filhos é apontada como o fator de maior impacto para a progressão profissional. 61% das magistradas assume a maior parte ou é a principal responsável pelos cuidados com filhos. Além disso, 15% cuidam de pessoas com deficiência, necessidades especiais ou doenças graves, muitas dedicando de 5 a 10 horas semanais a esse trabalho. 

Igualdade na carreira

Quase a totalidade (92%) alega que precisa se esforçar mais para provar sua competência devido ao gênero feminino, sendo que 75% das magistradas negras pretas afirmam que sua posição como magistrada foi questionada ou não reconhecida, revelando que as barreiras na trajetória profissional das mulheres são marcadas também pelas discriminações raciais.

Para a ex-diretora da escola, ministra Kátia Arruda, a pesquisa demonstra o compromisso da Enamat para entender os desafios enfrentados pelas magistradas e subsidiar a formulação de novas políticas públicas de atenção às magistradas.

“Precisamos fortalecer o combate à discriminação e promover a igualdade de oportunidades, garantindo um ambiente de trabalho seguro e justo para todas as profissionais”, pontuou. “Superar essas dificuldades permitirá ampliar a presença feminina, não apenas no ingresso como magistradas, mas também na promoção e ocupação de cargos de direção nos tribunais”, completou.

Pesquisa Dificuldades na Carreira da Magistrada 2025

O estudo foi estruturado pela Coordenadoria de Pesquisa da Enamat e contou com o apoio das Comissões de Estudos sobre Gênero e Raça e do Comitê Científico de Assessoramento à Pesquisa da escola. Esta é a segunda edição da pesquisa, que dá sequência aos dados divulgados em 2019.

Confira alguns pontos relevantes da pesquisa:  

  • Participaram 749 magistradas em atividade e aposentadas (35,5% do universo de 2.107 ) com idade majoritariamente compreendida entre 41 e 60 anos;
  • 79,% se declaram brancas e 15% negras ou pardas indígenas e amarelas;
  • 95% possuíam experiência profissional antes da magistratura e 
  • 3,3% são pessoas com deficiência;
  • Mais da metade (59,1%) das respondentes acreditam que não existe igualdade em relação ao homem para concorrer a mandatos associativos. As dificuldades quanto à promoção na carreira são mais percebidas pelas magistradas negras e amarelas comparativamente às magistradas brancas. 

Acesse a pesquisa na íntegra.

(Andrea Magalhães/AJ)

Rodapé de Responsabilidade - Enamat


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