Na 5ª Reunião do Sistema Integrado de Formação de Magistrados do Trabalho (SIFMT), também foram apresentados os resultados da pesquisa da Comissão de Incentivo à Participação Feminina e o novo convênio firmado entre Enamat e Unicamp.

Cerca de 35 magistrados participaram nesta segunda-feira (3) da 5ª Reunião do Sistema Integrado de Formação de Magistrados do Trabalho (SIFMT) no auditório da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat). A reunião versou sobre o uso de redes sociais por magistrados, explicou o novo convênio firmado entre Enamat e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e apresentou resultados da pesquisa da Comissão de Incentivo à Participação Feminina.

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Redes Sociais 
O desembargador Ney de Barros Bello Filho, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), apresentou palestra sobre “O juiz e as redes sociais”. Para ele, há uma geração de juízes, ingressantes nos concursos de magistratura das últimas duas décadas, que têm uma nova relação com a tecnologia. “A normalidade, para grande parte das pessoas hoje, é a vida virtual. A vida real se tornou um apêndice. A rede social não é um mero instrumento, ela se tornou um modo de existir”, explicou.
O magistrado expôs a necessidade de criar um instrumento objetivo e concreto que funcione como um código de conduta, mas elencou algumas dicas de comportamento online para os demais juízes: é importante saber separar a vida privada da vida pública; a liberdade de expressão não pode se confundir com o direito de ter opinião; por último, deve-se ter cuidado com o culto à personalidade, com “a necessidade de ser reconhecido pelo público”.
A secretária de Comunicação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), jornalista Patrícia Rezende, ofereceu a visão jornalística do uso de redes sociais na apresentação “Magistratura do Trabalho e Mídia”. Segundo a jornalista, em tempos de excesso de informação e de notícias falsas, os magistrados devem ter cuidado dobrado com o que postam na internet. “Não fale nas redes sociais o que não falaria em público. E cuidado para não ser mal interpretado”, alertou. Ela ainda destacou a importância do cuidado com informações pessoais, interações online e com a própria política de privacidade dos sites utilizados e ainda exemplificou os diferentes tipos de notícias falsas que existem.

_O2A1190Participação Feminina na Magistratura
A ministra do TST Kátia Magalhães Arruda falou sobre as “Dificuldades na Carreira da Magistrada”, pesquisa realizada pela Comissão de Incentivo à Participação Feminina. Segundo os dados levantados, há uma equidade de gênero na magistratura nacional de primeiro grau que não se estende às demais instâncias judiciárias. Para a magistrada, lutar contra violência e discriminação faz parte da essência da Justiça do Trabalho. “Nós lidamos com o tema discriminação constantemente nos nossos processos, a pesquisa vai nos ajudar a não reproduzir essas discriminações”, reforçou.
A desembargadora do trabalho Margareth Rodrigues Costa explicou que, a partir da pesquisa, foram desenvolvidas diversas propostas, como a criação de uma página na Enamat para publicação de estudos sobre o tema, a promoção de projetos de conscientização, a criação de comissões nos TRTs e o estabelecimento de um protocolo de escuta dentro dos Tribunais para os casos de assédio.

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Termo de cooperação
O professor Doutor Denis Maracci Gimenez, diretor do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (CESIT) da Unicamp, comentou sobre o novo acordo de cooperação entre a Enamat e a Unicamp. O acordo, com vigência de cinco anos, prevê 11 cursos de extensão em Economia do Trabalho, com temas como custos do trabalho, competitividade da economia brasileira, empresas e sistemas de relações de trabalho, etc.
O ministro Vieira de Mello Filho, diretor da Enamat, ressaltou a importância do curso para formação dos magistrados, especialmente no contexto atual de reforma da previdência e crise econômica.
(VC/CF)