Magistrados também aprenderam mais sobre a visão sistêmica aplicada na Justiça do Trabalho.

No quarto dia de programação do 1º Curso de Conciliação e Mediação para magistrado supervisor e coordenador dos Centros Judiciários de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejuscs) na Justiça do Trabalho de 1º e 2º graus, a turma acompanhou a palestra da juíza Roberta de Melo Carvalho, do TRT da 10ª Região (DF/TO), sobre a “Teoria da comunicação aplicada na Justiça do Trabalho”. 

A magistrada explicou como as interações humanas podem gerar conflitos e detalhou que, atualmente, não há metas para um número de acordos no Cejusc do TRT-10, e que a intenção da equipe é valorizar o caminho, não apontar a culpa em si e construir entendimentos entre as partes. “O bom mediador não precisa, necessariamente, ser comunicativo, mas é preciso saber ouvir, ter empatia e acolhimento”, enfatizou.

Escuta ativa

A magistrada falou ainda sobre os cinco axiomas encontrados na comunicação e os níveis da escuta relatados pelos teóricos. Segundo ela, estudos mostram que pelo menos 93% da comunicação do ser humano é do tipo não-verbal. Ou seja, os detalhes estão na entonação e ritmo da voz, na postura corporal, nas expressões faciais e no próprio silêncio.

Sobre as audiências telepresenciais, a magistrada do TRT da 10ª Região (DF/TO) destacou que tem encontrado dificuldades justamente por não conseguir fazer, por meio da tela do computador, a leitura corporal das partes. Por isso, ela enfatiza a necessidade de ser ainda mais acolhedor nesse ambiente virtual. “Para um processo comunicacional efetivo é preciso uma sequência de atos como ouvir, entender, perguntar, demonstrar compreensão e estimular a reflexão”, concluiu.

Visão sistêmica

As juízas Wanda Lúcia Ramos da Silva, do TRT da 18ª Região (GO), e Alda de Barros Araújo Cabus, do TRT da 19ª Região (AL), falaram sobre a “Visão sistêmica aplicada na Justiça do Trabalho. Leis sistêmicas. Compreensão da abordagem sistêmica dos conflitos trabalhistas”.

A magistrada do TRT-19 explicou o conceito de constelação, destacou que existem quatro tipos aceitos pelos pensadores (constelações familiares, organizacionais, estruturais e da identidade) e contou experiências vivenciadas no dia-a-dia do tribunal.

Programação

O 1º Curso de Conciliação e Mediação é promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (ENAMAT) e segue até 18 de junho.

(Juliane Sacerdote/AJ)