2º curso de Conciliação e Mediação está sendo promovido pela Enamat e segue até sexta-feira, 27 de agosto

Nesta terça-feira (24), os magistrados que participam do 2º Curso de Conciliação e Mediação para magistrado supervisor e coordenador dos Centros Judiciários de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejuscs) na Justiça do Trabalho de 1º e 2º graus, acompanharam os painéis sobre as etapas da sessão de mediação e noções de psicologia aplicada

Captura de Tela-3Escolhas 

O juiz-auxiliar da Presidência do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), Rogério Neiva Pinheiro, explorou algumas noções da psicologia aplicada na solução de conflitos, demonstrando de que forma essas visões podem ser úteis na busca do consenso. “Precisamos entender as diversas possibilidades de comportamentos e o papel das emoções que irão surgir durante um processo decisório, pois essas variáveis podem influenciar a aceitação ou a recusa de uma proposta de acordo”, explicou.

Segundo ele, é preciso estimular a reflexão sobre o processo de escolhas e as atitudes comportamentais. “Por trás de algumas posturas existe a possibilidade de compilação de uma lógica comportamental. Viemos de uma sociedade que sempre valorizou mais a sentença do que o acordo, mas, em nossas vidas, fazemos escolhas a todo momento”, disse. “Aceitar e rejeitar acordos é autonomia de vontades, é exercer o papel de escolher”, finalizou.

Etapas da mediação 

Os juízes do Trabalho Fernando Hoffmann, do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) e Dorotéia Azevedo, do TRT da 5ª Região (BA), falaram sobre as cinco etapas da sessão de mediação: preparação, abertura, comunicação, negociação e encerramento. Os palestrantes   destacaram também alguns aspectos dessas etapas que devem ser aplicadas ao cenário atual das audiências telepresenciais com os recursos tecnológicos disponíveis. 

Para o juiz Fernando Hoffmann, é importante, desde o momento da declaração de abertura de uma mediação, estar   atento à construção do “Rapport”, formado pela atenção e envolvimento mútuos, positividade e coordenação. “Essa interação é fundamental para o êxito de todas as fases. Precisamos ser flexíveis na condução da mediação, pois nem sempre ela será concluída em uma única sessão”, salientou. “Na mediação não há ritos rígidos, pois ela é um processo voluntário e informal. Temos uma flexibilidade para adequação ao interesse das partes, pois, ao contrário do processo judicial, temos uma liberdade para a condução dos procedimentos”, completou.

Captura de Tela-5Escuta ativa

A magistrada Dorotéia Azevedo, por sua vez, explicou que é na etapa da Comunicação que se aplica uma das principais ferramentas da mediação, “É neste momento que o mediador exercita o ato da escuta atenta e ativa, ou seja, não é qualquer escuta, pois é aqui que vamos construir uma integração entre as partes.” 

Sobre o Encerramento, ela enfatizou que é uma fase que deve ser pensada desde o início, “Ela é orientada para uma decisão informada pelas partes. Como mediadores, não temos que pensar que, de qualquer maneira, temos que chegar a um acordo. Este será, sempre e unicamente, pela vontade das partes”, concluiu.

Programação 

O 2º Curso de Conciliação e Mediação para Magistrado Supervisor e Coordenador de Cejusc na Justiça do Trabalho – 1º e 2º graus prossegue até  o dia 27 de agosto.

(Andrea Magalhães/AJ)