(15/09/2017)

_O2A0556A psicologia é importante para a solução de conflitos? Com essa pergunta, o juiz-auxiliar da Vice-Presidência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), Rogério Neiva Pinheiro, iniciou a palestra sobre Noções de Psicologia Aplicadas à Solução de Conflitos. O evento foi um dos destaques do último dia do Curso de Formação dos Formadores (CFF) voltado para os supervisores dos Centros Judiciários de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejuscs) dos Tribunais Regionais do Trabalho.. Para responder à pergunta, Neiva explicou a importância da psicologia nos processos decisórios, nos comportamentos em sala de audiência e nas variáveis que influenciam comportamentos.

O juiz-auxiliar destacou que, nos processos decisórios, a Psicologia ajuda na aceitação ou na rejeição de propostas. “Nos comportamentos em sala de audiência, a ciência colabora no entendimento das reações a propostas de acordo e a manifestações dos sujeitos, auxiliando na mediação das emoções”, disse.

Neiva falou, ainda, do surgimento da Psicologia como ciência e de seus antecedentes históricos. O magistrado citou autores relevantes para o desenvolvimento dessa área de atuação, como Wundt, precursor da psicologia experimental, e Fechner, que estudava os efeitos da intensidade do estímulo._O2A0475

O momento atual da Psicologia também foi abordado. “Os principais objetos na concepção atual da Psicologia são o comportamento e os processos mentais”, explicou. “Os estudos dos processos psicológicos básicos são a Psicologia Comportamental, pela influência do ambiente, e a Psicologia Cognitiva, pelas funções cognitivas ou processos mentais”.  _O2A0372

Segundo o magistrado, a Psicologia ajuda na solução de conflitos quando os conciliadores e mediadores fazem a análise funcional do comportamento respondente e operante. “Gerenciar emoções em sala de audiência, analisando a heurística, que é o modelo mental de tomar decisões, é fundamental para as audiências de conciliação e mediação”, completa.

Ao concluir a palestra, Neiva explicou a importância da compreensão de comportamentos, da complexidade dos processos decisórios, do caminho da intervenção, da compreensão dos processos decisórios e da identificação das variáveis. “Ninguém vai conseguir manipular a conciliação. Porém, podemos tentar entender melhor o que está acontecendo em nossa frente, fazer uma análise funcional e promover alguma intervenção que possa contribuir não só com a solução, mas com a satisfação das partes”, concluiu.

(Nathália Valente/CF)