A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (ENAMAT) encerrou hoje (10) o primeiro Curso de Formação de Formadores em Ensino à Distância, em que uma turma de 56 magistrados – desembargadores, juízes titulares e juízes substitutos do trabalho – receberam treinamento para, a partir deste mês, atuar como tutores em cursos online promovidos pela Enamat e, posteriormente, multiplicados pelas Escolas Judiciais dos 24 Tribunais Regionais do Trabalho. Com a implantação definitiva da educação a distância, um universo de quase três mil magistrados de primeiro e segundo graus, distribuídos em 1377 Varas do Trabalho cuja jurisdição atinge 5.564 municípios em todo o País, conta, a partir de agora, com uma ferramenta que facilitará a sua formação e seu aperfeiçoamento profissional sem a necessidade de deslocamentos até Brasília, onde está a Enamat, ou às capitais de seus Estados, onde as Escolas Judiciais regionais funcionam junto aos TRTs.

A formação dos tutores, que receberam, ao longo de mais de um mês, informações básicas sobre metodologia, técnicas e ferramentas de EAD, foi o passo inicial para o lançamento, no próximo dia 28, do primeiro Curso de Formação Continuada em Administração de Varas do Trabalho realizado totalmente a distância. No segundo semestre, 20 turmas de 40 alunos-juízes farão o mesmo curso, com conteúdo voltado para os aspectos práticos do dia-a-dia administrativo das Varas, como gestão de pessoas e de processos de trabalho e planejamento estratégico.

Quebrando preconceitos

Tanto o primeiro quanto o último encontro do 1º CFC-EAD foram presenciais. Nas primeiras aulas, realizadas nos dias 26 e 27 de abril, os 56 participantes receberam de profissionais da Enamat as noções fundamentais. De volta a seus locais de origem, realizaram quatro módulos a distância, tendo como tutores os mesmos técnicos da Enamat, e hoje retornaram a Brasília para dinâmica e avaliação finais e para o encerramento.

O grau de interatividade do grupo nas atividades online surpreendeu os tutores. Os desembargadores e juízes, em grande maioria, participaram intensamente dos fóruns de discussão e das reuniões virtuais. Boa parte não tinha tido ainda a experiência de participar de um curso a distância, e a experiência serviu, entre outras coisas, para afastar preconceitos quanto à efetividade da ferramenta de ensino. “Mudei meu modo de enxergar o EAD”, diz o desembargador Amaury Rodrigues Pinto Júnior, do TRT da 24ª Região (MS). Sou professor em cursos presenciais e até então via com certa desconfiança os cursos online. Duvidava um pouco de seus resultados”, confessa. A interação com os tutores e com o grupo de colegas, as discussões de alto nível sobre o conteúdo e a multiplicidade de visões – “a turma era formada por juízes e desembargadores de 24 Estados diferentes, e, portanto, com realidades bem diferentes” – fez com que mudasse de ideia. “O curso foi extremamente bem estruturado, e a participação dos tutores serviu, também, para que nós, futuros tutores, pudéssemos observar os vários papeis que podemos assumir nas diversas situações de interação com os alunos”, explica o desembargador.

Confiança na colaboração

Ao encerrar o curso, o diretor da Enamat, ministro Barros Levenhagen, agradeceu “de coração” a adesão de todos os participantes num programa pioneiro no treinamento e no aperfeiçoamento dos magistrados. “A necessidade da realização de cursos online é premente, e o grau de participação e entusiasmo dos futuros tutores permitirá dar acesso aos colegas de primeiro grau ao aperfeiçoamento de um aspecto relevantíssimo de sua atividade, que é a administração de Varas do Trabalho”, disse o ministro. “A Enamat deposita toda a confiança no trabalho que esses desembargadores e juízes irão desempenhar na multiplicação do conhecimento e na consolidação do ensino a distância para a magistratura do trabalho.”

(Carmem Feijó)